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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Curtinhas de Fim-de-Semana

Ficámos a saber duas coisas este fim de semana:

A primeira (e mais importante) é que o Jorge Jesus não sabe fazer pré-épocas com os jogadores a chegarem a conta gotas...

... a segunda é que é condição para governar o país viver em Massamá.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Estado da Nação


Tenho andado um pouco arredado da escrita… não sei se pelos festejos da vitória do Benfica no campeonato se por uma recorrente falta de inspiração, mas ao viver os últimos acontecimentos em Portugal, desde o roubo de gravadores a jornalistas por parte de um deputado até a uma entrevista de um Primeiro Ministro que parece que foi surpreendido pela crise Mundial, passando por um líder da Oposição que pede desculpa por… ter uma atitude responsável… bem meus caros, eu sei que não sou o principal amante de Portugal (e quanto mais viajo mais…) mas neste momento acho que a solução passa por emigrar…

Questionaram-me para onde… e eu… bem… acho que tenho aqui a solução.

Ao menos viveria de uma economia tradicional, não iria ter problemas em encontrar habitação, não haveria sistema de saúde, mas também com peixinho fresco todos os dias, quem necessitaria dos cuidados de um Garcia da Orta qualquer?

Alguém alinha?

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Tinhas talento para carteirista


Tentem imaginar o cenário:

Ricardo Rodrigues, deputado açoriano do PS, está a ser entrevistado pela revista Sábado numa sala do Parlamento. Em busca dos melhores ângulos de notícia, os jornalistas tentam abordar duas questões que não agradam ao seu interlocutor. Este reclama, diz que não quer falar do assunto e, como os jornalistas não desarmam, sai da sala.

Até aqui tudo bem. Não foi o primeiro e, certamente, não será o último a deixar que a mostarda lhe chegue ao nariz. Mas Ricardo Rodrigues não quis deixar a coisa por aí e levou consigo, surripiados quase de forma imperceptível, os gravadores dos jornalistas!

Espantado? Há melhor.

Depois de dar provas de ser dono da mão mais rápida do Oeste, o deputado quis ainda que não ficassem dúvidas sobre a sua imensa inteligência. Ou não... É que tudo isto estava a ser filmado para o site da Sábado, que obviamente não perdeu a oportunidade de fazer um brilharete com o vídeo.

Para ver aqui.

sábado, 1 de maio de 2010

Aguiar-Branco e o seu melhor discurso

"Uma organização morre, quando os de baixo não querem e os de cima já não podem" Lenine

Aqui

P.S - E não é que o senhor citou Rosa Luxemburgo, Sérgio Godinho e Lenine? Andará José Pedro Aguiar-Branco a encostar-se à esquerda?

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O Delfim

Não sei se tiveram oportunidade de ler, mas a entrevista do Ângelo Correia à revista "Única" deste fim de semana explica bastante acerca da "nova" política do PSD por intermédio do PPC...

Leiam...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Faits Divers


O mais recente episódio da nossa Assembleia da República.

Assistir a uma sessão da AR equivale a uma tarde de circo. Vá lá, não lhe fez uns corninhos, como o outro.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A questão que se põe é...

... como apresentar uma imagem de credibilidade em tempos de crise financeira e económica?

quarta-feira, 31 de março de 2010



No mais recente passo de aproximação à União Europeia, de cujos subsídios precisa desesperadamente para relançar a economia, a Sérvia apresentou publicamente desculpas pelos acontecimentos de Srebrenica, em Julho de 1995.
Poucos meses antes da assinatura dos acordos de Dayton, que puseram fim à guerra fratricida de 1991-1995, o enclave entraria nos anais da História pela execução de milhares de bósnios muçulmanos, naquele que foi considerado o maior massacre desde a Segunda Guerra Mundial.


Este é um passo que envergonha a Sérvia e que colhe pouco consenso, tanto no seio do Parlamento como nas ruas. Vastos números de cidadãos sérvios ainda hoje negam responsabilidade sobre Srebrenica, sobre Bihac e sobre tantos outros episódios infelizes da região. Mas, para além disso, há quem ache que as desculpas não devem vir só de um lado. Como advoga um grande amigo sérvio - e com a minha total concordância - “podem ter sido os sérvios a abrir as hostilidades, mas não estiveram sozinhos nelas e não foram os únicos a errar”.

Depois desta declaração pública de culpa, seria positivo ver também um mea culpa dos restantes envolvidos no conflito.

No caso particular de Srebrenica, gostava de ver nem que fosse um pequenino das Nações Unidas. A UNPROFOR, a força responsável pela administração da área segura de Srebrenica, falhou rotundamente na sua missão e permitiu que mais de 8.000 jovens bósnios fossem literalmente chacinados quando o enclave caiu sob domínio sérvio. Enquanto isso, os capacetes azuis recuavam para Tuzla, sem terem sequer tentado defender o território que supostamente guardavam - disparar tiros de aviso e foguetes de sinalização não conta. Para os homens e rapazes de Srebrenica, com idades entre os 15 e os 60 anos, de nada serviu a presença dos holandeses que, sob os auspícios das Nações Unidas, defendiam a zona (supostamente) desmilitarizada.

Quanto ao conflito em geral, é preciso não esquecer que, para além de Ratko Mladic, houve também um Ante Gotovina, croata e também ele indiciado por crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional. A 5 de Agosto de 1995, uma data que a Croácia consagra como feriado nacional, foi a vez de as forças croatas ganharem o controlo da região de maioria sérvia da Krajina. Repetiram-se as perseguições, as execuções, os incêndios e demais actos que nos envergonham a todos e que merecem também um sentido pedido de desculpas.

Resumindo e baralhando, ao contrário do que é opinião geral, os sérvios não são os únicos culpados deste conflito e não são os únicos que devem ser pressionados a reconhecer os seus erros.

Quando terminei a licenciatura, pensei fazer uma investigação sobre a forma como os media desenham verdadeiras personagens, de contornos firmes e definidos, usando a diabolização dos sérvios como case study. Mas disseram-me que estava mais para tese de mestrado do que para de licenciatura. Talvez um dia decida fazer um mestrado…

Notícia no Público

Nota da redacção: falar sobre os Balcãs e não transformar o texto numa tese de mestrado... isso, sim, foi um parto complicado. :)
Saudades de Sarajevo

segunda-feira, 29 de março de 2010

Dedo na ferida - A liberdade de imprensa na Madeira



Crónica de Luís Calisto, director do DN Madeira, sobre o grave estado da liberdade de imprensa na ilha. Depois de tanta conversa sobre a alegada tentativa de domínio dos media por José Sócrates, não deixa de ser engraçado colocar tudo em perspectiva.


Aquilo é um polvinho
Continentais dizem deter o recorde de agressões aos media. Que tal virem à Madeira?


O 'polvo' que estupora o panorama nacional dos media pode vir a proporcionar uma grande caldeirada. Porém a verdade é que ainda não passa de um polvinho. Um projecto de monstro alimentado por suspeitas, indícios, diz que disse, escutas publicadas às prestações, hipóteses, interpretações subjectivas, leituras partidárias tendenciosas, acusações e desmentidos, episódios e desculpas esfarrapadas.

Portugal está em choque. Exige-se - e muito bem - esclarecimento cabal das acusações expressas de que havia um plano do governo de José Sócrates para tomar conta da comunicação social. Havia um plano. Que acontecerá naquele Continente se um dia se comprovar que o plano já resultou, como na Madeira?

A Face Oculta mostra indícios fortes de que Sócrates queria ver a PT, através da Ongoing, comprar a TVI, a fim de o governo se ver livre de Manuela e seu Jornal Nacional e do chefão Eduardo Moniz. Escândalo badalado no País, como é mais do que natural. Mas... e se Sócrates, mais do que querer, já tivesse comprado a TVI, alimentando-a com dinheiros públicos e proibindo a estação de divulgar a opinião de políticos não PS, reservando toda a antena para quem obedece ao regime rosa, tal como Jardim faz aqui com o Jornal da Madeira, dispensando-se de guardanapo? Fizesse-o Sócrates e o País estaria hoje em situação de guerra civil.

Por ora, o que passa um pouco além da suspeita é que Sócrates esteve na origem do cancelamento de um noticiário semanal, o "Nacional" da sexta-feira de Manuela Moura Guedes. Levantaram-se protestos mais do que justos em todas os quadrantes da vida portuguesa. Mas imaginemos que, em lugar de um só noticiário semanal, Sócrates decidia fechar por inteiro um órgão de comunicação com mais de 130 anos e para isso usava todos os meios financeiros públicos necessários e todos os métodos ilegais, exactamente como Jardim faz na Madeira, no seu projecto assumido de levar o Diário de Notícias à falência? Ou então, de que grau na escala de Richter seria o terramoto na capital se Sócrates ameaçasse expropriar um jornal? Foi o que Jardim fez relativamente ao Diário, aliás com todo o País a ouvir.

José António Saraiva do 'Sol' e a 'Sábado' atribuiram aos desígnios de Sócrates a interferência governamental nos jornais, através da redução de publicidade institucional nos órgãos incómodos e do aumento nos mais 'amigos'. A ERC, e muito bem, logo chamou os autores da denúncia para saber o que se estava a congeminar. Então... e se, mais do que a tentativa de usar a publicidade como castigo ou prémio, o governo de Sócrates tivesse mesmo cortado há mais de dez anos os anúncios oficiais a um órgão para os canalizar todos ao jornal da sua cor, tal como faz na Madeira o dr. Jardim? Que, além de negar publicidade ao Diário para a entregar ao JM, e ainda intimidar nos discursos públicos os empresários que anunciam no Diário, mandou que todos os órgãos públicos cortassem a assinatura do DN, incluindo escolas. Sócrates, que com toda a lógica paga já pelo atrevimento da 'tentativa de interferência', onde já não andaria se chegasse ao cúmulo que Jardim pratica nesta Região, com dinheiros públicos!

Que aconteceria naquela Lisboa e arredores se Sócrates resolvesse governamentalizar o DN de lá até 99% do capital, injectar-lhe uma fortuna diariamente, e depois, apesar do crescendo assustador do passivo, torná-lo gratuito e agravar ainda mais as despesas com o aumento da tiragem e alargamento desenfreado da distribuição, tudo com a ambição de fechar os que não domina? Como reagiriam Correio da Manhã e Público, por exemplo, e quantos dias mais aguentaria Sócrates no poder? Pois é essa situação que existe na Madeira, sem tirar nem pôr, e bem à vista de todos.

Sócrates foi acusado, neste final de semana, de andar a gizar uma tramóia tendo em vista controlar o DN-Lisboa, o JN-Porto e a TSF. Com essa 'bomba', o 'Sol' vendeu duas ou três edições no mesmo dia. Os leitores, com toda a naturalidade, quiseram conhecer o escândalo por dentro. Mas vamos que o 'Sol', mais do que contar uma história ilustrada com frases soltas extraídas das escutas, confirmava com letras garrafais umas diligências concretas de Sócrates para mudar directores e sanear jornalistas, como se tem visto na Madeira de há anos para cá, com sucesso em alguns casos?

Sócrates foi criticado por atacar Manuela Moura Guedes - e muito bem criticado, pela falta de respeito e pelo menoscabo com que tratou uma profissional da informação, como legitimamente se realçou na altura. E se Sócrates fizesse como o sr. Jardim, que calunia, insulta e enxovalha diariamente os jornalistas com epítetos de corruptos, traidores, comunas, súcias, fascistas, tolos, incapazes, incultos, vingativos, desonestos, gente reles, mentes recalcadas, bastardos, exóticos, incumpridores de estatutos editoriais, ralé que não toma banho? E as jornalistas de vendidas, descompensadas, sovaqueiras...? Que seria de um Sócrates cavalgando tal paradigma?

É claro - dirá algum leitor continental -, é claro que se Sócrates ou sátrapa mais bem pintado se atrevesse a tanto no Continente, sairia muito maltratado da refrega. O governo tem uma Constituição para respeitar. O patibular Cavaco Silva, que em tempos não lia jornais nem olhava de frente para os jornalistas, mas isso quando era primeiro-ministro de centro-direita, o 'homem do leme' puxaria da Constituição para fazer cumprir o texto de 1976. Sem vacilar, demitiria o candidato a ditador. E com todo o apoio nacional. Mas mesmo afectado por indícios e meras suspeições, Sócrates não está livre de cair. Quanto mais se repetisse as ilegalidades tornadas banais na Madeira!

Pois. Cá para a parvónia é que não há Constituição a cumprir. O Presidente da República tem a queixa do Diário nas mãos e, quando veio cá, elogiou a "obra" de Jardim (obra da Madeira Nova que por acaso está a ser derretida pela chuva, tirando aeroporto e algumas vias rápidas). Quanto ao resto, Cavaco pediu paciência, já que "isto está perto do fim". Ou seja, vivamos em estado de sítio, sem Constituição, até ver, e não rebusquemos embaraços que desenterrem o "Sr. Silva".

ERC, Jaime Gama, Almeida Santos, Manuela Ferreira Leite, Paulo Rangel, PS e oposição nacional, todos têm conhecimento do estado da comunicação social insular. Mas vivem entretidos com o 'polvinho' que brinca no Mar da Palha e no lago de Entrecampos. Preferem fingir que ignoram o polvão de braços longos e viscosos que sufoca a liberdade de informar na Madeira. Esse molusco predador que há 30 anos usa as medonhas ventosas para se alimentar a si próprio e a seus validos, que continua a turvar a vista dos Madeirenses cobrindo a babugem com a sua sinistra tinta camuflante.

Solidarizemo-nos com as vítimas continentais das escandalosas suspeições. Aquilo vai tão mal por lá em matéria de atentados ao jornalismo que o próprio Jardim desabafou à porta do Conselho Nacional PSD, escandalizado com a falta de respeito pela liberdade de imprensa no Continente: "Num País com a tradição democrática como a Inglaterra, Sócrates já não era primeiro-ministro." Ninguém nos contou esta declaração. Ouvimo-la na rádio.

Luís Calisto

terça-feira, 23 de março de 2010

Health... we can believe in


Quando pela primeira vez fui “apresentado” à história de Barack Obama fiquei conquistado.
As origens humildes, as acções comunitárias em Chicago e toda a retórica que advogava tornavam-no especial.

Uma “pedrada no charco” american way.

De outsider perante a favorita Hillary Clinton até à 44ª presidência Americana foi um passo.

Obama, contra todos os prognósticos iniciais tornou-se presidente. E o discurso da Esperança substituiu os “bushismos” dos anos anteriores. E uma esponja passou pela justificação da guerra no Iraque.
Obama transmitiu serenidade e paz aos povos. Apesar de não retirar as tropas do Iraque (como prometera) recebeu um Nobel da Paz. Polémico. No entanto procurou sempre promover o diálogo, inclusive com o Irão. E a sua administração não evitou apontar o dedo a Israel na questão dos Colonatos. Algo impensável anos atrás.

Penso que o maior problema de Obama é (e será) tentar “mexer” com demasiados interesses instalados. E quem (como eu) viu a comédia “The Distinguished Gentleman” sabe do que estou a falar. É mais que uma paródia. É uma sátira ao sistema político americano.

Adiante…

Esta semana Obama teve a sua primeira grande vitória. Conseguiu um sistema de saúde mais justo para os americanos. Isto obviamente diz-nos pouco. Estamos habituados a um (que não é perfeito e tem falhas mas…). Os americanos não. Quem tem Seguro de Saúde tem os cuidados garantidos. Quem não tem… (já agora e na “onda” cinéfila aconselho o “Sicko” do Michael Moore para melhor perceber o que digo)

Obama venceu. Os Americanos venceram. Fiquei contente. Mesmo com a distância que nos separa. Física e Culturalmente.

domingo, 14 de março de 2010

Já me começo a sentir um bocado asfixiada


"O congresso extraordinário do PSD alterou hoje o regime de sanções internas e medidas disciplinares a aplicar a militantes do partido, passando a penalizar as críticas ao líder do partido como uma infracção grave.

A alteração estatutária foi aprovada com o voto favorável de 352 delegados e contra de 76, enquanto 102 delegados optaram pela abstenção."


In Jornal de Negócios

Fico contente por perceber que o PSD é um partido cujos militantes valorizam a livre circulação de ideias e opiniões. Ainda bem que é daqui que vai, muito provavelmente, sair o nosso próximo primeiro-ministro.

E agora, se me dão licença, vou só ali comprar uma garrafinha de oxigénio!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Em casa de ferreiro


Confesso que nunca tive especial admiração por este senhor. Quando via imagens na TV acerca da situação em Timor-Leste sempre achei que o José Ramos-Horta, o representante das FRETILIN no Exílio, era o que se tinha "posto ao fresco" enquanto os outros continuavam barbudos e sujos nas montanhas a lutar (quase quase a letra dos "Resistência").

Após a independência, juntamente com um Nobel da Paz, o percurso do José Ramos-Horta foi sempre a subir na política timorense. Hoje é o Presidente da Républica. Acordo ali com a Austrália e aqui com a China e de repente o Ramos-Horta esqueceu-se do que passou o povo de Timor Leste e profere declarações como estas.

Fantástico.

Faltam-nos causas, meus senhores!



Orlando Zapata Tamayo, um opositor e prisioneiro político cubano, tinha 42 anos e estava desde o início de Dezembro em greve de fome. Durante 85 dias, protestou contra o tratamento recebido na prisão e tentou que lhe fosse concedido o estatuto de "prisioneiro de consciência" pelo regime castrista.

A luta acabou ontem, com Tamayo a morrer literalmente de fome.

Nunca tinha ouvido o nome desde senhor, mas a notícia tocou-me. Parece que neste mundo ainda há pessoas capazes de morrer por causas e causas pelas quais vale a pena morrer. Às vezes penso que o nosso problema é mesmo esse - não temos nada que nos inflame o espírito e perdemos demasiado tempo com banalidades.

Numa altura em que tanto se fala de ataques democracia, à liberdade de expressão, à liberdade de imprensa e a outras liberdades que tais, vale a pena pôr as coisas em perspectiva. É que há quem não fale em nada disso... porque não pode.

Notícia aqui.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010


Lembram-se da conversa sobre a necessidade de se evitar uma excessiva dramatização do cenário das contas públicas nacionais, para não assustar as empresas e as agências de ratings?

Que tal vos parecem estes comentários assaz responsáveis?

"A verdade é que, não tendo nós os mesmos números da Grécia, estamos rigorosamente no mesmo caminho. E, portanto, a evolução do nosso endividamento, a evolução do nosso défice das contas públicas está exactamente no mesmo caminho que está a Grécia", declarou a presidente do PSD, durante uma conferência promovida pela Câmara de Comércio Luso Francesa, em Lisboa.

"Isto é: não façamos nada e daqui a dois anos estamos com estatísticas tão más ou piores do que a Grécia", acrescentou Ferreira Leite.


In Diário Económico

Por alguma razão lhe chamavam Manuela Azeda o Leite no Contra Informação…

Quando o verniz estala...


A notícia aqui.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Sinais de Fogo, a sequela

O nosso Ricardo já se debruçou um pouco sobre os momentos mais quentes da entrevista e estou, no geral, de acordo com o que disse, pelo que faço minhas as palavras dele e avanço para uma questão concreta. Inaugure-se um tag novo e falemos de economia.

Tal como já foi aqui sublinhado, Sócrates mostrou estar à vontade com os números e soube responder com clareza e convicção às perguntas de um Sousa Tavares a quem faltou alguma bagagem neste dossier. Sobretudo, o nosso primeiro-ministro conseguiu deixar no ar a nota de serenidade e confiança de que o país necessita. Numa altura em que estamos sob o apertado escrutínio da Europa e do mundo, é importante ter um chefe de governo que saiba desdramatizar e inverter o sentimento de pânico que se tem gerado em torno das nossas contas públicas e que pode assustar o tecido empresarial até um ponto em que não haja investimento, criação de riqueza e dinamização do mercado laboral. Ponto para Sócrates.

Para além disso, é preciso agradar também às agências internacionais de ratings, cujos comentários incendiários sobre a situação económica de Portugal levaram ainda há duas semanas (se a noção de calendário não me falha) a que o custo de assegurar a dívida soberana portuguesa fosse equiparado ao do Cazaquistão! Como se isto tivesse algum fundo de justiça. Os mercados ficaram com mais medo de comprar as obrigações do Tesouro português e isso faz com que tenhamos mais dificuldades em refinanciar e lidar com a dívida pública. Aquilo de que não precisamos mesmo é que os mercados comecem a desconfiar de nós, tal como está a acontecer neste momento com a Grécia, e nos obriguem a pagar juros mais elevados em cada emissão de dívida.

Trocando por miúdos, é como se fôssemos ao banco pedir um empréstimo mas as nossas finanças familiares fossem algo duvidosas. O banco empresta na mesma, mas cobra um juro altíssimo devido ao risco de incumprimento das prestações, o que nos dificulta ainda mais o orçamento lá de casa. É um daqueles casos em que não basta termos capacidade de lidar com as nossas finanças, mas é preciso convencer também os outros disso. Como acontece com a mulher de César: não basta ser, é preciso parecer. Também aqui, Sócrates teve a postura correcta.

E, realmente, olhando friamente para os números, não mentiu. Os principais indicadores em causa - défice orçamental e dívida pública - estão em linha com os dados dos demais países da OCDE e da Zona Euro. O lamaçal de que se fala está um pouco por todo o lado e a enxurrada ainda não chegou verdadeiramente à economia real.

Se para as empresas o abrandamento do consumo foi desastroso, a verdade é que para quem conseguiu manter o emprego as coisas até melhoraram: os juros dos empréstimos desceram, a inflação dos preços ao consumidor travou a fundo, os incentivos ao consumo permitiram-nos comprar casas e carros mais baratos… Medo tenho eu de quando começarmos a crescer e já não houver necessidade de manter os estímulos à economia. Aí, sim, preparem-se para ver o que custa equilibrar as contas públicas.

Mas adiante. Também nesta entrevista ficou patente que Sócrates é um homem que pensa mais além. É preciso travar o défice e reduzir a dívida, é certo, mas há diferentes formas de o fazer. O famigerado TGV, que tanta fervura tem levantado, é uma forma, quanto a mim inteligente, de criar emprego e riqueza, ao mesmo tempo que se fortalece o país na luta contra o nosso estado periférico em relação à Europa. Para um país que retira boa parte do seu crescimento das exportações, isto é essencial. E quem diz TGV diz aeroportos, portos, estradas e demais infra-estruturas que nos coloquem um pouco mais perto dos nossos parceiros económicos.

Bem me lembro de ser pequena e ouvir os graúdos constantemente queixar-se de que Cavaco só sabia fazer estradas e auto-estradas. No entanto, são essas estradas que hoje permitem que uma encomenda saia do Porto de Lisboa e chegue rapidamente ao Algarve ou a outro qualquer extremo do país. Sem vias à altura, tenho a impressão de que Portugal ainda continuaria a parecer-se com uma versão envergonhada da Aldeia da Roupa Branca.

Outro dos cavalos de batalha de Sócrates é a modernização das nossas fontes energéticas, que é como quem diz, as energias renováveis. O nosso Portugal à beira mar plantado tem vento, tem rios e tem marés, mas continua a aproveitar muito pouco disto e a fazer-se refém do petróleo. Se não começarmos a aproveitar os recursos hoje, amanhã vamos chegar à conclusão de que nos atrasámos e ainda acabamos a comprar energia aos espanhóis enquanto deixamos que a brisa (e não falo da concessionária de auto-estradas) nos passe ao lado.

Ora, a isto se chama investimento público. E em tudo isto se gasta dinheiro cujos frutos podem não ser integralmente colhidos a curto prazo. Mas a longo prazo, seremos mais modernos e mais fortes para competir num espaço que é cada vez menos o do nosso quintal.

Por tudo isto, ratifico a avaliação do Ricardo de que temos homem com fôlego para a legislatura completa e acrescento que esta entrevista me deixou um bocadinho mais confiante de que não terei de ir à procura do cartão de eleitor tão cedo.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Sinais de Fogo a golear...


Quando soube que o primeiro convidado do Miguel Sousa Tavares no seu novo programa da SIC era o primeiro ministro José Sócrates pensei logo: "Que grande golo".

Ter Sócrates em "prime-time", que todos os jornais e redacções queriam ouvir neste momento, é a primeira grande vitória da SIC e do seu novo "ponta de lança" acabadinho de chegar no mercado de inverno.

Vi o programa com atenção. Achei o genérico um pouco do estilo "eu sou o MST e amo-me". Mas não vou apreciar um programa de jornalismo puro pelo seu genérico e analisando o programa como um todo achei positivo.

A primeira parte foi dedicada a três temas que são caros para o próprio MST: o Segredo de Justiça, os Hospitais e o novo Aeroporto de Lisboa. Acompanho as crónicas do MST no Expresso há bastante tempo para saber o que podia esperar. Faltaram os contentores de Alcântara e os direitos dos fumadores ou dos caçadores. No entanto foram apresentados factos e números. E em nenhum dos assuntos ouso em discordar do jornalismo efectuado. Factual e transparente.

A segunda parte teve então o convidado da noite. Aposta forte. José Sócrates himself. Notou-se o respeito que o MST tem pelo Primeiro Ministro (respeito esse que é óbvio nas já citadas crónicas. Foi contundente... ao seu estilo. Mas nunca deselegante. Fez todas as perguntas que devia saber e tocou em todos os assuntos menos no Freeport (foi curiosamente Sócrates que falou no caso.

Começou pela Madeira. E fiquei com a sensação que os trágicos acontecimentos que aconteceram na Ilha vão acabar por ser uma bóia de salvação para Sócrates e uma âncora para Teixeira dos Santos. MST questionou o PM acerca dos Projectos de Interesse Nacional (os PIN são outro ódio de estimação do MST) e de dois exemplos: um centro comercial na Madeira e um centro logístico em Castanheira do Ribatejo construídos em leito de cheia. Se no segundo caso o PM safou-se bem à questão, acerca do primeiro nada se ouviu. MST ignorou e seguiu em frente.

Falou-se do apoio do Luís Figo ao PS e do contracto que celebrou com o Taguspark que alegadamente servia como pagamento de favores. Sócrates desmentiu que ambos os factos tivessem uma ligação. Assumiu uma postura feroz de defesa da sua honra chegando ao ponto de "posso falar também em nome do Luís Figo". Notou-se o incómodo que toda a situação teve no PM.

Depois o caso PT e as escutas que saltaram para os Jornais. Sócrates esteve constantemente a dizer que o facto das escutas serem públicas era ilegal e que não as queria comentar de forma a não pactuar com isso. MST realista afirma que apesar de concordar com o PM não se pode "fazer de conta" que os factos não existem. Contundente. O PM ainda afirmou que não existe qualquer escuta entre ele e Armando Vara, que o Rui Pedro Soares foi director na PT durante 5 anos antes de ser administrador (contrariando a tese que foi lá posto pelo Governo como administrador) e que a responsabilidade das palavras "escutadas" é de quem as proferiu. Apesar do incómodo (novamente notório) não esteve mal. Agora é difícil de acreditar que nada sabia dado o negócio ser de conhecimento de tanta gente da sua esfera política. Provavelmente será um daqueles assuntos que morrerá. Sócrates defendeu-se com o julgamento jurídico do Supremo e da PGR. E legalmente não deixa de ter razão. Moralmente é outra questão... Assumiu o desgaste de imagem que todos estes casos lhe provocam,mas não teve medo de pegar no Freeport ou na Licenciatura de forma a citar casos anteriores em que a Justiça assumiu que em nenhum tinha beneficiado. O facto é esse.

Do abortado negócio da PT para o Jornal de Sexta da TVI. Sócrates recusou-se a responder se lhe agradou o fim do Jornal (a resposta era demasiado óbvia, mas percebe-se a recusa). No entanto ainda assumiu que o programa não era jornalismo. Era um ataque político. Das poucas vezes que vi o Jornal de Sexta não posso deixar de concordar.

Quando a entrevista deu um salto para o domínio económico, Sócrates esteve bem. Mostrou um domínio dos números (lembram-se do Guterres?) e demonstrou uma confiança que não esteve presente na primeira parte da sua intervenção. Comparou o nosso défice com o da Zona Euro e o da OCDE e ainda citou o prémio Nobel da Economia Paul Krugman que defende o investimento público com a frase"o Défice salvou o Mundo". Francamente bem o PM nesta fase.

Fiquei com a ideia final que Sócrates está para durar a totalidade da legislatura. Pelo menos se dele depender. E está com vontade para governar. Resta saber se o consegue...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

PSD... PS... CDS...

Comem todos...

Então e agora?

Alguem falou em "Ruptura" ?


"Não tenho medo de si. Felizmente, a liberdade para fazer política no PSD não está dependente da sua vontade" - Pedro Passos Coelho dixit

Se dependesse de mim... O PSD já tinha candidato a Primeiro Ministro...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Terei ouvido bem?

Esta manhã, ligo o rádio e chegam-me aos ouvidos as declarações de Aguiar – Branco, de que será “candidato à presidência do PSD e a primeiro-ministro de Portugal”. Durante uns breves instantes ainda pensei que, por não estar bem acordada, tinha perdido a noção da realidade e já não sabia de nada do que se tinha passado nos últimos tempos. Então não fomos nós que ainda agora elegemos um Governo? E já há o primeiro que se perfila para o próximo?

Chiça, não há nada como cheirar-lhes a fragilidade para começarem a aparecer os abutres. Pronto, eu sei que o próximo presidente do PSD será muito provavelmente o próximo chefe de Governo, mas tenham lá calma e não se engasguem com tamanha sofreguidão, sim?