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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Estado da Nação


Tenho andado um pouco arredado da escrita… não sei se pelos festejos da vitória do Benfica no campeonato se por uma recorrente falta de inspiração, mas ao viver os últimos acontecimentos em Portugal, desde o roubo de gravadores a jornalistas por parte de um deputado até a uma entrevista de um Primeiro Ministro que parece que foi surpreendido pela crise Mundial, passando por um líder da Oposição que pede desculpa por… ter uma atitude responsável… bem meus caros, eu sei que não sou o principal amante de Portugal (e quanto mais viajo mais…) mas neste momento acho que a solução passa por emigrar…

Questionaram-me para onde… e eu… bem… acho que tenho aqui a solução.

Ao menos viveria de uma economia tradicional, não iria ter problemas em encontrar habitação, não haveria sistema de saúde, mas também com peixinho fresco todos os dias, quem necessitaria dos cuidados de um Garcia da Orta qualquer?

Alguém alinha?

quarta-feira, 31 de março de 2010



No mais recente passo de aproximação à União Europeia, de cujos subsídios precisa desesperadamente para relançar a economia, a Sérvia apresentou publicamente desculpas pelos acontecimentos de Srebrenica, em Julho de 1995.
Poucos meses antes da assinatura dos acordos de Dayton, que puseram fim à guerra fratricida de 1991-1995, o enclave entraria nos anais da História pela execução de milhares de bósnios muçulmanos, naquele que foi considerado o maior massacre desde a Segunda Guerra Mundial.


Este é um passo que envergonha a Sérvia e que colhe pouco consenso, tanto no seio do Parlamento como nas ruas. Vastos números de cidadãos sérvios ainda hoje negam responsabilidade sobre Srebrenica, sobre Bihac e sobre tantos outros episódios infelizes da região. Mas, para além disso, há quem ache que as desculpas não devem vir só de um lado. Como advoga um grande amigo sérvio - e com a minha total concordância - “podem ter sido os sérvios a abrir as hostilidades, mas não estiveram sozinhos nelas e não foram os únicos a errar”.

Depois desta declaração pública de culpa, seria positivo ver também um mea culpa dos restantes envolvidos no conflito.

No caso particular de Srebrenica, gostava de ver nem que fosse um pequenino das Nações Unidas. A UNPROFOR, a força responsável pela administração da área segura de Srebrenica, falhou rotundamente na sua missão e permitiu que mais de 8.000 jovens bósnios fossem literalmente chacinados quando o enclave caiu sob domínio sérvio. Enquanto isso, os capacetes azuis recuavam para Tuzla, sem terem sequer tentado defender o território que supostamente guardavam - disparar tiros de aviso e foguetes de sinalização não conta. Para os homens e rapazes de Srebrenica, com idades entre os 15 e os 60 anos, de nada serviu a presença dos holandeses que, sob os auspícios das Nações Unidas, defendiam a zona (supostamente) desmilitarizada.

Quanto ao conflito em geral, é preciso não esquecer que, para além de Ratko Mladic, houve também um Ante Gotovina, croata e também ele indiciado por crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional. A 5 de Agosto de 1995, uma data que a Croácia consagra como feriado nacional, foi a vez de as forças croatas ganharem o controlo da região de maioria sérvia da Krajina. Repetiram-se as perseguições, as execuções, os incêndios e demais actos que nos envergonham a todos e que merecem também um sentido pedido de desculpas.

Resumindo e baralhando, ao contrário do que é opinião geral, os sérvios não são os únicos culpados deste conflito e não são os únicos que devem ser pressionados a reconhecer os seus erros.

Quando terminei a licenciatura, pensei fazer uma investigação sobre a forma como os media desenham verdadeiras personagens, de contornos firmes e definidos, usando a diabolização dos sérvios como case study. Mas disseram-me que estava mais para tese de mestrado do que para de licenciatura. Talvez um dia decida fazer um mestrado…

Notícia no Público

Nota da redacção: falar sobre os Balcãs e não transformar o texto numa tese de mestrado... isso, sim, foi um parto complicado. :)
Saudades de Sarajevo

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Faltam-nos causas, meus senhores!



Orlando Zapata Tamayo, um opositor e prisioneiro político cubano, tinha 42 anos e estava desde o início de Dezembro em greve de fome. Durante 85 dias, protestou contra o tratamento recebido na prisão e tentou que lhe fosse concedido o estatuto de "prisioneiro de consciência" pelo regime castrista.

A luta acabou ontem, com Tamayo a morrer literalmente de fome.

Nunca tinha ouvido o nome desde senhor, mas a notícia tocou-me. Parece que neste mundo ainda há pessoas capazes de morrer por causas e causas pelas quais vale a pena morrer. Às vezes penso que o nosso problema é mesmo esse - não temos nada que nos inflame o espírito e perdemos demasiado tempo com banalidades.

Numa altura em que tanto se fala de ataques democracia, à liberdade de expressão, à liberdade de imprensa e a outras liberdades que tais, vale a pena pôr as coisas em perspectiva. É que há quem não fale em nada disso... porque não pode.

Notícia aqui.