terça-feira, 30 de março de 2010

A Single Man


As primeiras impressões que me traçaram deste filme foi que era um filme demasiado parado. Pensei logo “ora ai está um bom filme para não se ver durante a semana ou numa sexta”. No entanto acabei por o fazer. E em boa hora.
O realizador Tom Ford é um estilista. Não é um realizador. A sua principal ligação ao cinema foi o guarda roupa do Quantum of Solace (um dos piorzinhos Bonds que me lembro) e estaria a anos luz de pensar que seria o realizador de um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos.

“A Single Man” é um exercício de realização brutal. Uma primeira cena brutal, uma última cena brutal, e pelo meio, a que para mim é a melhor cena do filme, uma corrida em desespero do protagonista (o enorme Colin Firth) em que apenas se ouvem pingos de chuva.

Todo o filme tem planos fantásticos, mudanças de cor, tentativas de exprimir emoção através da imagem. Volto a repetir: é um exercício de realização brutal.

Quanto à sinopse… Bem… Um casal homossexual nos anos 60 em Los Angeles separado por um acidente de automóvel que fatalmente vitíma o parceiro de George Falconer (Colin Firth). Este professor de inglês decide terminar a sua vida, por não aguentar a perda do companheiro. No entanto no dia que o decide fazer vive vários episódios, tanto com a sua melhor amiga Charley (Julianne Moore), como com possíveis novos amores. O “twist” final é fantástico e talvez inesperado.

Brilhante interpretação quer do Colin Firth (ao qual estou mais habituado a ver em comédias românticas estilo Mamma Mia, Love Actually ou Bridget Jones) quer da Julianne Moore. Acerca da realização já disse tudo: fantástica.

Daqueles filmes em que fico até ao fim… prestando homenagem à ficha técnica.

3 exclamadores:

Jojojoli disse...

É um grande filme de facto e sempre pensei que desse o Óscar ao Colin Firth. Não é o meu estilo de filmes, não, mas é notória a qualidade do mesmo. Puro cinema.

Andreia disse...

Este é um filme que aponta directamente ao coração. Som genial, trabalho de imagem mais ainda: os tons quentes e frios, ruborizantes ou escurecidos florescem de acordo com o sangue que corre nas veias (das personagens e dos espectadores), a intensidade da chuva, dos pensamentos, dos sonhos rumo a um destino trágico e fatal. Mas será que toda a beleza tem que morrer?

Pulga disse...

E houve quem torcesse o nariz por se centrar numa figura homossexual.. ai os preconceitos ;)

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