segunda-feira, 1 de março de 2010

Luzes, câmara...acção?

Hoje o Público decidiu avançar com uma notícia online que dá conta do estado da democracia perante os olhos do eleitorado. "Bateu no fundo", dizem eles, dizemos nós, o eleitorado. Um estudo que apresenta, também ele, soluções, pois bem.

"A votação em lista semifechada. Um sistema misto, com um círculo nacional e listas regionais. Por outras palavras, o eleitor votaria no partido na lista nacional, mas poderia optar também por votar num determinado candidato. O que obriga os partidos a um esforço suplementar nas suas escolhas. Tanto que, no estudo os inquiridos reclamaram uma maior participação na escolha dos deputados."

Uma solução que não satisfaz uma mudança efectiva no que concerne à escolha dos nossos representantes. Em que mudaria mesmo? Ah sim..."maior participação na escolha dos deputados"...Será que algum dia irão fazer um referendo relativamente ao número de deputados no Parlamento? É que queria mesmo era diminuí-los...Isso sim seria uma prática sustentável.

Portanto, mais um estudo que custou milhares e que nos dá uma grande novidade. É certo e sabido que a existência de casos, suposta corrupção, supostos favores, deficiente gestão e falta de seriedade política concorrem para que os índices de credibilidade na nossa democrácia sejam tão baixos. É uma democracia popular, com visibilidade e notoriedade. Claro que é. mas não é credível. Faltam valores a essa plêiade.

A ética e a transparência parecem valores distantes e embora muitas entidades procurem cada vez mais em palavras como desenvolvimento sustentável, responsabilidade social, uma bóia de salvamento, tal não passa justamente disso: uma estratégia de diferenciação num mercado altamente competitivo. Assim vai a política. Assim vai a sociedade.

Mais do que um problema exclusivamente político, temos um problema cultural, social, educacional. Nós, sociedade, formamos, enformamos e elegemos aqueles que serão os nossos representantes que são, por sua vez, "construídos" à nossa imagem e semelhança. Portanto, meus senhores, comecemos pela estrutura, pela base e não pelo topo! Demasiados estudos, demasiada teoria e pouca prática!!

2 exclamadores:

Ricardo disse...

A ideia defendida é o modelo Americano... Até me agrada. Ou agradaria caso os deputados eleitos representassem realmente os interesses dos seus eleitores e não os do seu Partido...

Jojojoli disse...

Acho que disseste tudo com o "é um problema cultural". É esse o grande problema da nossa democracia.

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